quarta-feira, 7 de setembro de 2011


Dois amigos conversando em um bar:

Ele: Cara, está vendo aquela garçonete ali?

Amigo: Estou sim. O que há com ela?

Ele: Bem, ela era minha namorada.

Amigo: Pô, cara, sinto muito. Por que terminaram?

Ele: Não foi culpa de nenhum dos dois. Soube do acidente que ocorreu 3 meses atrás, no ônibus? No qual morreram 13 e 5 ficaram gravemente feridos? Ela foi uma das pessoas mais prejudicadas. Perda de memória. Quando soube dessa notícia rezei tanto para não ser ela. Ah, o que eu daria para não ser o ônibus que ela sempre pegava nos dias de semana. Eu ainda não acreditava no que via, quando cheguei ao hospital. Vê-la daquele jeito, me fez perder a respiração. Tentei sentir algo, chorar, gritar, bater em algum lugar, mas o choque foi muito grande… Demorou horas e mais horas para eu entender o que estava realmente estava acontecendo. Não podia deixá-la daquele jeito. Não deveria. Acompanhei toda sua recuperação. Foram um total de 5 semanas. Não saia, voltava para casa praticamente expulso por enfermeiras, meus amigos e família ficaram muito preocupados comigo. Mas não dei importância, a esperança me dava forças para continuar. E toda essa espera valeu a pena. Finalmente a vi abrir seus olhos. Como sentia a falta deles, eram de um amarelo intenso, me transmitiam felicidade. Tudo estava perfeito até que ela teve uma recaída momentânea. Nunca a tinha visto daquele jeito. O medo tomava conta de seus brilhantes olhos, estava suando frio. Tentei acalmá-la abraçando-a, mas ela me empurrou com tamanha força que cai no chão. Disse-me coisas, que até hoje ardem na minha mente. Meu desejo de ficar era tão grande… Mas, por algum motivo, minha presença ali não a fazia bem, então obedeci seu ultimo pedido a mim: saí de sua vida, por completo. Passei meses chorando, entrei em depressão. Como esquecer o que passei em 3 anos de sorrisos, carinhos, beijos e abraços? Eu não queria, não queria perder essas lembranças, aquela doce nostalgia. Mas era preciso. Meus amigos e principalmente minha família, não desistiram de mim, mesmo tendo os deixado de lado. Consegui me recuperar, voltar à vida normal. Porém ela ainda está presente em minha vida. Todos os dias venho aqui após o trabalho, e peço o mesmo de sempre para ela, apenas ela. É a única maneira de ver seu sorriso de novo, os olhos que me deixam hipnotizados. O sentimento diminui, é claro, mas ainda está vivo, a necessidade de cuidar dela, mesmo sem ela saber, mesmo sem ela lembrar.

Amigo: (Silêncio, com lágrimas nos olhos enquanto observava a garçonete se aproximar)

Ela: Boa noite. Qual será o pedido dos cavalheiros?

Ele pede o mesmo de sempre. Quando ela se afasta o amigo lhe fala:

Amigo: Ela realmente tem um lindo sorriso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário